Sinopse: Uma garota dá entrada na emergência do
Seattle Grace Hospital. Miranda Foster, a médica responsável pelo plantão
aquela noite, terá que decidir se ela segue as burocracias do hospital ou salva
uma vida.
Suspense | Ação | Drama + 14 anos
*Crossover
baseada em Covert Affairs, Grey’s Anatomy e Three Rivers.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Operação: Sigilo
1. Emergência Clínica:
Miranda’s POV:
Minha vida é sempre uma loucura, corre
corre entre uma sala a outra, clinicar, operar, salvar vidas. Desde pequena
quis ser médica, eu dizia “quando crescer vou operar pessoas”, mas nem sempre
minha vida é um mar de rosas, temos que lidar com a morte, e a melhor coisa a
se fazer após um baque desses, sair para beber um drink, ou ficar na sacada do
hospital, deixando o vento bater em meu rosto, bagunças meus cabelos.
Sou uma médica diferente, eu gosto de
botar “a mão na massa”, literalmente e não, gosto de saber nome dos pacientes,
vivenciar de perto o drama e quem sabe amenizar. Minhas vestes, cabelos, também
são diferentes, tenho um estilo Andrógeno, que faz com que indaguem “ela é
menino, ou menina”, juro, não me importo, apesar de manter sempre meu jeito
discreto.
Era para ser mais uma noite normal de
plantão... bom, não foi isso que aconteceu.
(Recepcionista) Chamem um médico..
chame o médico... - A mulher apontava a porta, onde uma pessoa entrava com uma
faca fincada no abdome.
(Ryan) Me ajudem aqui..por favor, ei,
ajudem!
Pouco a pouco a equipe de enfermeiros
pegavam maca, equipamento de soro, ainda gritando por um médico, eles não
podiam tirar a faca e deixar a pessoa perder mais sangue.
Meredith’s POV:
Plantões. Nos primeiros anos como
interna, quando ainda não havia me formado, me lembro que achava eles o máximo.
Na maioria dos casos que dão entrada no hospital durante eles são casos de
emergência, isso é, onde nós aprendemos um pouco mais do que tirar uma
apêndice, ou coisa do tipo. Porém, garanto, quando chegam os anos de
residência, a realidade do que é ser um médico plantonista, vem à tona.
Alguns dos meus colegas costumam dizer
que o sangue de cirurgiã corre em minhas veias, isto porque sou filha de Ellis
Grey, uma renomada cirurgiã, porém, eu descordo...tipo...completamente,
enquanto minha mãe era a super-mega-blaster heroína salvadora de vidas, eu
sou...
(Enfermeiro) Emergência, emergência...-
Passou pela cafeteria um enfermeiro afoito. Engoli o último pedaço do
enroladinho que eu lanchava e peguei a prancheta para sair correndo atrás dele.
...Bom, eu sou a residente de plantão.
Quando cheguei próxima a maca, que a
esta altura já estava cercada de enfermeiros reconhecendo os sinais vitais de
uma jovem ensaguentada, vi a médica atendente responsável daquela noite também
se aproximando rapidamente. Eu já ouvira falar dela, Dra. Miranda Foster, era
uma das cirurgiãs geral mais renomadas do Seattle Grace Hospital. Trazendo a
prancheta comigo, junta ao corpo, corri até ela afim de me apresentar.
(Meredith) Dra. Foster eu sou...
(Ryan) Miranda.. rápido, emergência,
uma mulher com faca no abdome.
Assim que o enfermeiro me interrompeu,
entendi que não era hora para apresentações. Puxei do bolso o estetoscópio,
aferindo os batimentos cardíacos da moça.
(Meredith) O pulso...ela está com o
pulso baixo...- Apreensiva, encarei a médica que parecia relativamente
tranquila perto de todos ali.
Miranda’s POV:
Uma mocinha se aproximou de mim, ela ia
se apresentar, mas Ryan como sempre atrapalhou tudo. Ele estava desesperado
correndo em minha direção, quase que se ajoelhou implorando para eu atender a
jovem, que estava desmaiada e perdendo sangue. Com rapidez pedi que
localizassem algum responsável, olhando o celular dela, e dentro da bolsa
encontramos seus documentos, mostrando que o tipo sanguíneo dela era O+.
Tranquilamente coloquei as vestes
próprias para operação os enfermeiros levaram ela para sala de operação, por
mais que tivessem preocupados porque aquela noite eu era responsável, e no meu
plantão tudo acontecia, inclusive passar por cima de toda burocracia.
2. Burlando Regras
Meredith’s POV:
Assim que a paciente foi encaminhada
para o Centro Cirúrgico a mando da Dra. Foster, sem que se quer eu tivesse
conseguido contatar ainda algum responsável, eu soube que aquilo não estava
indo de acordo com as regras. Quer dizer, eu já acompanhara outros médicos ali
que não autorizariam e convocariam uma equipe de cirurgia sem antes ter a
autorização, mas eu não tive tempo para indagar, nem nada do tipo, Miranda
havia entregado em minhas mãos a bolsa da paciente para que eu tentasse entrar
em contato com o “contato de emergência”.
(Meredith) Annie, Annie Walker é o nome
dela!- Eu disse, entrando na sala de paramentação cirúrgica onde Miranda
terminava de se preparar para cirurgia. - Eu...consegui falar com uma tal
de...Joan...mas...ela está na capital...vai demorar até chegar...nós precisamos
esperar, não?! - Encarei a médica, por mais que tivesse receio que aquilo a
ofenderia, questionar o que ela estava fazendo.
(Miranda) Annie? Ok.. vamos operar,
Annie Walker..e você vem comigo! - Ela pareceu ignorar tudo que eu havia
falado, como se nem se quer estivesse escutado.
(Meredith) Mas...- Miranda já havia me
dado as costas e estava indo em direção a sala cirúrgica. Ok, eu não tinha
escolha, e provavelmente não teria meu certificado de residente também. Sem
perder mais um minuto, lavei as mãos e na sequência me paramentei, se era para
passar por cima das regras, que ao menos aquela vida fosse salva.
Na sala de operação, todos os
enfermeiros já estavam apostos, ninguém parecia questionar, ou ter coragem, de
enfrentar a médica. Ok, nem eu havia tido...mas ainda sim. Enquanto os
cabideiros chegavam com as bolsas de transfusão de sangue, eu preparava os
instrumentos que Miranda precisaria para extrair a faca do abdome da moça. Os
monitores anda indicavam os sinais vitais baixos.
(Meredith)...Aqui estão...- Passei a
ela primeiro o bisturi. Meus olhos estavam atentos ao ferimento, a facada
parecia ser bem mais profunda do que eu havia imaginado a primeira vista,
porque Annie continuava a perder sangue.
(Miranda) Obrigada .. vamos ajudar
Annie Walker .. - Repetia o nome mostrando respeito a moça loira, que estava
cada vez mais perto da morte, sem chance de recuperação.
(Meredith) Dra...- A chamei baixo e com
a voz levemente abafada pela máscara que usávamos. -...eu preparo o
desfibrilador...ela...ela..eu não sei se...- Não queria falar em voz alta
aquilo, meus olhos estavam de encontro com o monitor, indicando a pressão e os
batimentos ainda mais baixos.
(Miranda) Sim, por favor.. mas no
mínimo .. vamos Annie, força garota.. força.
Engoli em seco, deixando o material na
bancada próxima a Miranda e fui até o desfibrilador. Ainda afastada, encarando
a paciente naquela mesa, cheia de cicatrizes, me perguntei que tipo de pessoa
ela era, o que fazia e porque haviam tantas marcas em seu corpo. Não estava na
minha posição julgar, quer dizer, no hospital salvamos todos, mas de repente eu
quis saber, ou ter a chance de saber, um pouco de sua história.
(Meredith) Vamos...lá se afastem!
-...Eu pedi, quando o tão temido indicador da falta de batimentos ecoou pela
sala de operação. Ela havia entrado em parada cardíaca. Os enfermeiros se
afastaram, como eu havia pedido, e encarei o que controlava a carga. -
Baixo...a Dra. Foster quer o mínimo! - Segui as instruções, mesmo que tivesse
dúvidas de que o mínimo não seria suficiente. Quando coloquei as pás em seu
tórax, a descarga correu pelo corpo dela inteiro, na tentativa de trazê-la de
volta. Meus olhos foram novamente de encontro ao monitor, na esperança de
que não fosse preciso mais uma descarga. -...Vamos...- Sussurrei baixinho,
mordendo meu lábio inferior, com a espera daqueles segundos angustiantes.
Comecei a preparar as pás novamente, frisando uma na outra, pronta para a
segunda descarga, quando fui interrompida.
(Enfermeira) Espera...
Levantei os olhos para o monitor, e de
repente os batimentos voltavam a ser registrados, pouco a pouco. Abaixei o
aparelho, aliviada, e foi inevitável não sorrir.
Miranda’s POV:
Se fosse falar sobre mim, meu lado
profissional é bem melhor que o pessoal. Apesar do meu jeito abusado, nunca
abaixando a cabeça para ninguém, fazendo o que acho certo. Naquele momento, a
coisa certa a se fazer era tirar aquele objeto do corpo da garota.
Chamava por ela, enquanto com ajuda da equipe, extraia. A residente
Meredith numa sacada de mestre pediu minha autorização para ressuscitar, e os
enfermeiros aproveitavam para disputar qual ia se exibir mais para mim,
mostrando trabalho.
Quando uma enfermeira gritou espera,
com as luvas cheia de sangue, olhei em direção de Annie Walker. Seus olhos
abriram, e ela parecia ainda em choque, sem conseguir falar nada fechando
lentamente os olhos.
(Miranda) Descansa Annie Walker...
descansa, que vamos ajudar você!
3. Seguindo Protocolo
Joan’s POV:
Annie havia pedido uma semana de folga
para a CIA, e embora eu soubesse que aquilo não era de costume dela, não tive
como negar ou contestar, ela mal conseguira tirar férias nos quatro anos
trabalhando para nós. No quarto dia sem notícia alguma, sem Annie se quer
nos contatar em busca de alguma informação, porque eu sabia que aquilo não se
tratava apenas de férias em Seattle, quer dizer, quem tira férias em Seattle?
Se fosse para tirar férias, era melhor até que tivesse ficado em Washington DC.
Minha preocupação começava a aumentar.
Quando o telefone da casa da irmã de
Annie, onde eu que eu vinha morando, por insistência da agente que me convenceu
a alugar algo próximo, receosamente eu atendi.
(Joan) Alô? - Indaguei imediatamente
com um tom de preocupação.
(Meredith) Olá, meu nome é Meredith
Grey...eu sou médica no Seattle Grace Hospital...
(Joan) Annie? O que aconteceu com
Annie? - Me levantei imediatamente da cama em busca de vestes.
(Meredith) Cal-...- A jovem do outro
lado da linha parou de falar, percebendo que seria idiotice me pedir calma.
-...a senhora está na lista dos contatos de emergência de Annie Walker
e...bom...ela tem um ferimento um pouco...
(Joan) Seja direta, por favor...- Falei
rispidamente, sem a intenção de ser grossa, mas precisava saber o que havia
acontecido logo.
(Meredith) Eu preciso da sua
autorização para operá-la! - Desta vez a garota não titubeou em falar.
(Joan) Minha autorização? Bom...você
tem minha autorização para fazer o que for preciso para que ela fique
bem...e...- Fiz uma pausa, ela havia falado “Seattle Grace Hospital”?...Isto é,
era em Seattle...
(Meredith) Exatamente, eu preciso da
sua autorização, pessoalmente...- Percebendo minha pausa, a garota completou.
(Joan) Eu estou indo para ai. Estou
indo agora...vou pegar o primeiro vôo que conseguir....não ouse deixá-la me dar
um susto. Está ouvindo? Diga isso para ela, eu não posso tomar sustos...-
Desliguei o telefone, sem dar mais explicações para a menina, e corri para
terminar de me aprontar.
Em uma pequena mala, coloquei algumas
muda de roupa e documentos, não pretendia esticar minha estadia, mas uns três
par de roupas não faria mal. Ao mesmo tempo fazia algumas ligações para
contatar o primeiro avião particular que estivesse no solo de Washington DC.
Minha intenção era estar lá o mais rápido possível, já que tinha fácil acesso a
vôos particulares, é óbvio que esta parte eu não precisava relatar a mocinha do
outro lado da linha.
Foram algumas horas até que eu
estivesse pousando em Seattle. Meu primeiro destino, obviamente foi aquele
hospital. O primeiro enfermeiro que apareceu na minha frente no hall de
entrada, eu abordei.
(Joan) Por favor, é urgente...eu
preciso autorizar uma cirurgia....e...Annie Walker, ela que foi internada aqui!
- Falava as pressas com o rapaz.
(Ryan) Você disse Annie Walker? Ela.. vou
levar você até ela.. quem é você? Digo.. esposa dela? - O rapaz abusado ia
tagarelando pelos corredores enquanto me conduzia ao quarto de Annie, sem
entender se ela havia sido operada, ou ainda seria.
Ignorei as várias perguntas do rapaz,
mantendo a atenção pelo caminho.
(Joan) Você disse quarto? Mas ela não
deveria estar no pré operatório? - Fiquei preocupada com o que isso pudesse
significar.
(Ryan) Relaxa, você teve sorte.. ela
pegou o plantão da Rebelde, Dra. Miranda, ela já extraiu a faca e voilá .. -
Ele apontou o quarto onde Annie estava deitada, aparentemente dormindo, porque
os sinais vitais estavam normais.
Encarei o jovenzinho ainda mais
preocupada. E se a tal rebelde não tivesse tomado as devidas precauções?
Encarei Annie deitada na cama do hospital e olhei mais uma vez o rapaz.
(Joan) Obrigada! - Dei um passo para
dentro do quarto e fechei a porta as minhas costas, impedindo que o
bisbilhoteiro tivesse ainda mais trela para conversa. Caminhei para dentro do
quarto, deixando a pequena mala de viagem próximo a poltrona. Observei os
possíveis objetos de Annie em cima do criado-mudo, pegando-os. Crachá do
Smitsonian, passaporte, o cordão de chave que ela sempre usava e....e..uma
aliança. Segurei esta na mão, voltando os demais para o criado-mudo, entendendo
o porque da pergunta do rapaz. Uma aliança e meu nome no contato de
emergência...ok, até que fazia sentido.
Annie’s POV:
Abri os olhos lentamente me
surpreendendo ao ver Joan diante de mim. Ela segurava algo, que reparando
parecia ser minha aliança. Ainda olhando para ela, acabei chamando sua atenção.
(Annie) Auggie tem bom gosto, mais que
Arthur diz ai? Zoeira.. ei .. se aproxima preciso da sua ajuda.
(Joan) A-Auggie? - Joan indagou,
parecendo surpresa, e voltando o objeto para o criado-mudo. - Ele já...? - Ela
não completou a frase, percebeu o que estava fazendo e rapidamente se
aproximou, como eu havia pedido.
(Annie) Não..ele não pediu não.. Você é
minha esposa, não é isso que todos estão achando? - Eu falava mostrando, dando
a entender, que algumas coisas foram programadas, mas percebi que ela reparava
o curativo no meu abdomen, uma grande faixa, levemente pintada com pouco de
sangue, olhei em seus olhos sussurrando. - Obrigada por vir! Para me levar para
D.C.
Joan acabou rindo levemente, percebendo
que algumas coisas haviam sido programadas. Estava parada ao lado da cama,
ainda com os olhos na faixa. Quando eu agradeci, foi a vez que nossos olhos se
encontraram.
(Joan) O que veio fazer em Seattle,
Annie?! - Apesar dela indagar como minha chefe, seus olhos mostravam que ela
era muito mais Joan ali, do que a chefe, preocupada.
(Annie) Eu precisava de um tempo..
desde que casamos .. não sei as vezes me sinto presa, amor. - Acabei falando
qualquer besteira, porque uma enfermeira entrou no quarto para olhar como eu
estava, sorri para ela, que levemente corada acenou e saiu fechando a porta,
segurando na mão da Joan, sussurro. - Depois! Amor.. depois..
4.Meias verdades
Meredith’s POV:
Assim que um a um dos técnicos,
enfermeiros e médicos que trabalharam na operação foram deixando o centro
cirúrgico, eu ainda permaneci ali, terminando de ajeitar as coisas. Foi quando
estava lavando as mãos para enfim deixar o centro que Cristina Yang chegou
irritada, o que não era muito difícil de acontecer.
(Yang) Eu não acredito que você
conseguiu entrar no caso. Sério, não acredito...malditas viroses que me
prenderam no pronto socorro. Uma faca..a mulher tinha uma faca perfurando o
abdome e Dra. Miranda Foster tirou sem a equipe completa...como...como?!
(Meredith) Yang...- Falei calmamente,
encarando-a de canto, enquanto eu secava as mãos, como se pedisse para ela se
acalmar.
(Yang) Só estou dizendo...Ryan ainda
falou que ela tinha umas cicatrizes maneiras...O que será que ela faz hein?
(Meredith) Yang! - Dessa vez exclamei
mais alto, e quando sai da sala de paramentação, indo em direção aos
corredores do hospital, Cristina veio atrás. -...foi uma vida salva...não é
isso que importa?!
(Yang) Não estou falando o contrário.
Quer dizer, eu já salvei um assassino, você lembra disso...mas...o que será que
ela é?! será que é bandida? - Cristina continuou a tagarelar.
(Meredith) Eu não sei! - Exclamei
exausta da operação que havia levado quase oito horas, enquanto caminhávamos na
direção do vestiário. O hospital de uma forma geral em horários de plantão era
bem mais vazio que o comum, o que era de certa forma um alívio, e um pesadelo,
quando ocorria alguma emergência.
(Yang) Bom, eu sei uma coisa que ela
é...- Cristina voltou a falar, me fazendo revirar os olhos, enquanto eu
empurrava a porta do vestiário. Apenas a encarei, como quem falasse, “ah é? o
que?”, e ela entendeu, porque logo continuou a falar. - Lésbica! Sério, porque
aquela Joan que você achou que era mãe dela, Ryan falou que era...
(Meredith) YANG! - Exclamei, quando
escutei o barulho do chuveiro vindo de um dos boxes. Seguindo o princípio da
ética médica não deveríamos julgar, muito menos especular a vida de ninguém.
Eram inclusive ordens do próprio hospital, e Cristina fazia isso ali em alto e
bom som.
Miranda’s POV:
A noite tinha sido muito puxada, na
verdade eu acabara de operar uma moça que só sabíamos nome, que era de D.C. e
uma Joan era seu contato de emergência. Assim que a operação chegou a
termo, fui para vestiário tomar um banho, meu plantão já chegara no final da
mesma forma, e eu precisava de um drink, talvez mais de um, para relaxar.
Ainda me ensaboando escutei passos em
direção ao vestiário, não tardou para identificar a voz da médica que estava
comigo na operação. O pouco que consegui escutar da conversa alheia, era
especulação a respeito da sexualidade da paciente.
Desliguei o chuveiro, propositalmente,
fiz barulho com a boca chamando atenção das meninas, em seguida enrolada na
toalha, passei em direção ao meu armário, onde estava minhas coisas, as roupas
que não condiziam com meu posto no hospital, que eram masculinas, nada decotada
e feminina.
Após me vesti em frente ao armário,
virei rosto em direção as duas, que agora estavam caladas, talvez, fingindo não
me perceber, porém, chamei a moça que me auxiliou na operação.
(Miranda) Meredith, é esse seu nome,
não?
A outra residente parecia continuar
fofocando, em um tom um pouco mais baixo, mas eu tinha quase certeza que era,
desta vez, a respeito das roupas que eu havia escolhido, enquanto que Meredith
olhou no mesmo instante que eu a chamei.
(Meredith) Sim...é isso, Grey, Meredith Grey...- A jovem se apresentou novamente, caminhando em minha direção, enquanto
Yang pareceu se estressar e seguiu para o chuveiro.
(Miranda) Hum.. Ela é sua mãe? - Me
referia a famosa Ellis Grey, mostrando que é claro que a conhecia, mas sem
esperar resposta falei da nossa paciente. - Eu já verifiquei as papeladas da
moça, e, assim que ela puder receberá alta, não precisa se preocupar com a
burocracia.. e ah, quero agradecer pela sua colaboração brilhante. Você tem
futuro, garota!
A moça havia concordado com a cabeça a
respeito de ser filha de Ellis Grey, chegou até a abrir a boca para responder,
mas visto que eu continuei a falar, me deixou terminar. Pude perceber um
sorriso sem graça vindo da moça ao final do elogio.
(Meredith) Toda a burocracia? Uau, você
é rápida...e...que é isso, quer dizer, acho que eu que tenho que agradecer.
Alguns anos de interna, e agora como residente, eu nunca havia visto o que você
fez lá dentro! Não tínhamos quase equipe...e..a cirurgia foi um sucesso! -
Disse a jovem empolgada.
(Miranda) Imagina, eu faço o que posso!
Meredith, quer vir comigo? Quero dizer, sempre que o plantão é quente, eu saio
para distrair a mente, tenho um lugar bacana, quer vir? - Mostrei o capacete -
Só não pode ter medo de moto, tem?
Meredith acabou sorrindo.
(Meredith) Medo?! Que nada...eu...eu
acho uma ótima ideia! - Ela concluiu por fim. - Você me espera dois minutos eu
trocar essa roupa? - Ela apontou para o uniforme do hospital.
(Miranda) Tenha certeza que sim..
espero, fica a vontade, aguardo você lá for
Annie’s POV:
(Annie) Somos casadas? - Foi a primeira
pergunta que fiz quando percebi um enfermeiro entrar no quarto, com a mão fiz
sinal para Joan se aproximar. - Você veio tão nervosa, e tem uma aliança como a
minha, me diz, somos casadas, não somos? - Insisti no “não somos”, para que ela
dissesse que sim, éramos, depois, eu explicaria.
Joan se levantou da poltrona e havia se
aproximado, quando eu pedi. Percebi discretamente seus olhos no enfermeiro que
entrava e ela logo voltou a me olhar, segurando minha mão e se mantendo
próxima.
(Joan) Querida, ...calma! Eu vou te
contar tudo...toda a história de como nos conhecemos...mas...calma, não precisa
se preocupar. Eu estou aqui agora...- Joan sorriu de canto, aproveitando que o
enfermeiro ainda estava ali e pegou a aliança do criado-mudo, entregando-a a
mim.
Em seguida Ryan saiu do quarto, todo
empolgado com a revelação, pisquei para Joan, apesar de beijar a mão da mesma,
e em seguida acaricia seu braço depois a barriga. Olhando em direção a
porta, sussurrei.
(Annie) E eu te contarei tudo..mas não
agora! - Referindo a missão, confiava em Joan, e ela precisava saber as coisas
que descobri ali em Seattle.
(Joan) Por que tenho a impressão que
você adora me dar sustos? - Joan brincou, mas com um enorme fundo de verdade,
respeitando e confiando no que eu havia dito, que depois contaria tudo.
5. Fuga Estratégica
Miranda’s POV:
Capacete em mão fui seguindo em direção
a saída com a doutora residente Meredith, Ryan tentou nos alcançar para falar
alguma coisa, mas fugimos dele ao ligar dando a partida na moto. Eu estava um
pouco preocupada, era nítido, porém, corri para chegar no bar, mais afastado
dali, porque não queria encontrar nenhum médico, ou enfermeiro que ficasse
especulando as coisas que eu fiz, eu sabia que teria problemas, poderia até vir
a responder um processo administrativo, mas me apavorei ao ver Annie Walker.
Sentada numa mesa que ficava num canto,
pedimos cervejas, e quebrei o silêncio.
(Miranda) Ei .. você sabe guardar
segredo?
Meredith arqueoou uma das sobrancelhas
me encarando.
(Meredith) Bom, eu estou certa que
sim...fui criada guardando os segredos de minha mãe...- Ela fez uma caretinha,
tomando um gole da cerveja, e voltando a me encarar com os olhos azuis.
(Miranda) Hum, acho isso perfeito!
Porque quero te contar uma coisa ..tem a ver com Annie Walker, a moça, que
operamos.
Desta vez percebi rugas de preocupação
surgirem na testa de Meredith.
(Meredith) A paciente?...o que tem ela?
- Seus olhos se quer desviaram.
- Me aproximei um pouco do seu ouvido,
afastando algumas mechas do cabelo, sussurrando afinal era segredo.
Annie’s POV:
Cada segundo naquele hospital
atrapalharia meu disfarce, por mais que agora Joan estivesse ali, não sei se
era bom ou ruim pensando bem, para essa missão, ela estar próxima seria mais
uma vulnerável para eu tomar conta, tendo em vista aquela barriga linda de uns
4 meses.
Quando outra enfermeira saiu do quarto,
foi a deixa, sentei na cama, olhando Joan, apontando para o móvel onde tinham
colocado minhas vestes, ou o que sobrou dela, porque tiveram que cortar a blusa
ensanguetada.
(Annie) Joan.. Vamos, é hora de sair
logo daqui ..
(Joan) Vamos fugir do hospital? - Ela
baixou o livro que lia enquanto estava sentada na poltrona, como se aquilo
fosse um absurdo. - Annie você ainda não recebeu alta, pode estar...precisa
receber alta! - Ela concluiu.
(Annie) Eu recebi alta sim. - Puxando o
cateter que me mantinha no soro, em seguida pegando uma mensagem que estava em
baixo do travesseiro, mostrando para Joan. - Aqui olha.. Temos que partir o
quanto antes, ou, algo ruim pode acontecer,
Bilhete: “Agora é minha vez, toma
cuidado.. estou bem”.
Entendendo a pressa com aquele bilhete,
pude perceber milhões de perguntas surgindo em Joan,mas ela não fez nenhuma, do
contrário, me apoiou mais uma vez.
(Joan) Saída...qual o melhor caminho? -
Joan indagou, guardando o livro na pequena mala de viagem que ela havia levado.
Levantando da cama, gemendo de dor, mas
tento disfarçar. Vou até a porta segurando ainda o cateter rodando ele na
maçaneta, para impedir que viessem atrás de nós, apenas para termos uma certa
vantagem, em seguida me aproximo de Joan, beijando a face dela. - Vamos
esposa.. Pela saída de emergência.. Tem uma escada, vem … vem comigo. Confia em
mim?
Ao perguntar estendi a mão em direção a
ela, sorrindo olhando em seus olhos, depois claro teria que explicar tudo, mas
definitivamente aquele não era o momento. Homens vestidos de enfermeiros e
médicos, começavam a entrar, pude ver dali de cima, suspirando, insistindo.
- Joan?
Estou completamente ultra-mega-super boquiaberta com essa Operação Sigilo. E pra parar já com a dor na barriga de nervoso, aqui vai o veredicto:
ResponderExcluirAPAIXONEI.com !!!
Ufa! Ok meninas, sabia que haveria essa mega surpresa aqui no blog, mas poder apreciar e comprovar a maestria de toda ela foi quase surreal. Me senti vendo uma nova série mesmo! Nem sei o que dizer propriamente, mas está muito bem bolada e executada a ideia. Sério, que orgulho de vcs! Não têm ideia como eu admiro essa vossa capacidade de fazer acontecer as ideias, realizar! E eu quero gravar, AGAIN! XD
O enredo muito bem conseguido, e a dinâmica dos vários POV's e a sua interligação uns aos outros foi sensacional. tentas coisas apontar, que nem sei por onde começar!
Adorei Miranda se apresentando! Grey lembra muito as primeiras temporadas de Anatomia e vcs até colocaram aí a Yang com ela! Jogou mtoooo bem mesmo. Adorei elas juntas!
Tipo, essa forma que vcs usam para nos fazer visualizar os vários lados, trocando d epov, conduzindo os personagens para o espaço pretendido para executar o objetivo (por exemplo nessa cena entre Cristina e Grey), neste caso, fazendo Miranda escutar a conversa delas....tipo...é como vcs dizem, deixam as pontas por aí e depois usam elas pra dar o nó. Por isso volto a salientar, essa forma de escrever é muitooooo Audiovisual, se adaptaria fácil numa produção. looool (ok, nem vou começar com ideias loucas, pq pra isso estão cá vcs =P)
Olha nem sei .... eu quero a continuação com urgência!
CAPA LINDAAAA, perfeitooo demais! Amei. =)
Enormes parabéns! Merecem bis!
OBAAAAAAAAAAAAA QUE BOOOM QUE VOCÊ CURTIU! Te falei que ia ter surpresas e novidades, olha ai HÁ! E essa foi sigilo mesmooooo!
ExcluirQue bom que você curte esse festival de POVs, porque a gente adora escrever eles também rsrs...é bom demais...e brincar de escrever do jeito de cada personagem, pra mim é uma das partes mais divertidas!
Que booom que Grey lembrou e Yang tbm...tava meio em dúvida se conseguiria passar elas (faz um tempo que eu nao vejo greys :p).
E uiaaaa, imaginou virando uma produção? haha chique demais!
Omo, obrigada pelos elogios, apoio as maluquices e tudo mais! Logo logo vai ter mais novidades, só ficar de olho!
BIS BIS BIS rsrs
beijinhos