Sinopse:
O que fazer quando tudo que você construiu por anos se desmorona? E, pior, o que fazer quando o fracasso de seu casamento com um dos maiores chefes da CIA, Arthur Campbell, é revelado para toda a agência de inteligência? Como se manter forte e suportar? Joan Campbell se vê exatamente nesta situação. Como ela irá reagir?
| Drama| + 14 anos
* O discurso inicial foi tirado do episódio 1 da 4ª temporada de Covert Affairs.
** A música de inspiração foi I Don't Wanna Talk About it (Rod Stewart & Amy Belle)
***Tradução
* O discurso inicial foi tirado do episódio 1 da 4ª temporada de Covert Affairs.
** A música de inspiração foi I Don't Wanna Talk About it (Rod Stewart & Amy Belle)
***Tradução
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“Senhoras e senhores, reuni vocês aqui hoje porque merecem ouvir diretamente de mim. Nos próximos dias, a impressa revelará que tive um caso extraconjugal. E para não atrapalhar o bom andamento da agência, renuncio meu cargo imediatamente. Quero agradecer o trabalho de cada um de vocês. Eu não poderia ter trabalhado com pessoas mais patriotas. Foi uma honra.
– Depoimento de Arthur Campbell.
“I can tell by your eyes
That you’ve probably been crying forever
And the stars in the sky don’t mean nothing
To you, they're a mirror.”
Existem muitas formas de se
tropeçar ao longo da vida. Na vida de um espião, então, eu diria que as
armadilhas, os tropeços, são ainda mais comuns, são praticamente parte do
processo para se tornar um bom agente, de renome. Nossos maiores aprendizados
são por meio de nossos maiores tropeços, não é o que dizem? Posso falar que
sempre esperei “balas certeiras” dos mais diversos lugares, mas ainda sim,
consegui desarmar grandes terroristas, converter os mais eficientes hackers e
negociar com importantes mafiosos europeus. Sempre com cautela, procurei
analisar os riscos, evitá-los, e toda essa preocupação me levou ao posto que
ocupo hoje na CIA, chefe do Departamento de Proteção Doméstica. Mas nada,
nenhum tiro que eu já levei, tombo, ou armadilha que por ventura eu venha a ter
caído em meus gloriosos anos como agente de campo, doeram tanto quanto aquele
depoimento, aquelas palavras tão diretas de Arthur.
A fraqueza que tomou meu corpo, a
impotência por não ter conseguido segurar aquele casamento, por ter sido enganada
por...sabe-se lá quantos anos, fez com que meu mundo desmoronasse. Eu não sou
de dramas, eu odeio dramas, e ainda em minha época de campo, gostava de ser
tratada como qualquer outro agente masculino, gostava que ignorasse a fama das
mulheres serem mais sensíveis, mais fracas...eu não era, eu era páreo a
páreo....era...
Um nó se fez em minha garganta
com aquele verbo tão bem, e dolorosamente, colocado. Pois naquele momento,
tentando segurar as lágrimas, com o coração partido, eu me sentia tão sensível,
como colegas meus de espionagem costumavam taxar as mulheres. Eu sentia como se
todo aquele gelo, aquele ice-berg
criado e cultivado durante anos em meu
torno tivesse derretido, todo de uma vez.
Minha primeira reação foi correr
para o banheiro. Enquanto todos naquele anúncio se preocupavam com a saída de
Arthur e começavam a questionar o que seria da CIA, minha opção foi me
esconder, foi me deixar desmoronar atrás de uma porta de banheiro, ainda quem
em silêncio pelo risco de a qualquer momento alguém entrar. Nunca havia sido
tão difícil ser forte o tempo todo. Quando mais eu tentava, sentia que mais
doía.
Eu não podia deixar de me culpar.
Eu que não estivera lá para meu marido. Eu que preferira passar noites no
escritório da CIA no lugar de ir para casa e passar a noite ao lado dele. A
culpa não era do horóscopo, das estrelas ou da lua, a culpa era minha, e eu não
enxergava outra verdade na minha frente. Não sei por quanto tempo passei
naquele banheiro, sei que aguardei os
ânimos se acalmarem, os corredores em torno daquele banheiro parecerem
suficientemente silenciosos para sair dali. Não tornei a minha sala, segui,
segui em direção ao estacionamento com as chaves do carro em mãos, rezando,
interiormente, para não trombar em nenhum conhecido. Eu não conseguiria lidar
com ninguém, não naquele momento.
Posso dizer que pela primeira vez
dirigi de forma imprudente, sabendo que não estava em estado algum para pegar
em um volante, com a vista embaçada e furando alguns sinais vermelhos,
estacionei o carro em frente a bela casa que eu chamava de lar há alguns anos.
De repente ela não me soava nada como lar, de repente não me parecia
aconchegante dizer que eu estava finalmente em casa, era o último lugar onde eu
gostaria de estar. Engoli em seco, encarando meus olhos avermelhados no
retrovisor do carro. A luz acesa no interior da casa indicava que Arthur já
havia chegado, e eu simplesmente não queria pisar em casa naquele estado.
Respirei fundo, encostei a cabeça no banco do carro e levei minha mão direita
ao meu ventre. Não havia sinal de nada ali, provavelmente ainda era cedo para
isso. Eu pensara nisso por tantos anos, por vezes havia me convencido que eu
não havia nascido desta vez para ser mãe, que a maternidade teria que ficar
para a próxima. Não vou dizer que a imagem nunca me passou pela cabeça,
acredito que seja uma fantasia relativamente comum...porém, naquele momento,
parecia a pior hora, eu se quer me lembrava porque havia sorrido quando soube
da notícia. - Era a pior hora....era a pior hora...MERDA!- Com raiva, soquei o
volante, e a buzina soou, ecoando por aquela vazia pelo adiantar da hora. Respirei
fundo mais uma vez, não havia agora como fugir. Deixei o carro e fui me
aproximando da porta. A noite estava belíssima, cheio de estrelas e uma lua
cheia que iluminava grande parte da rua, como dificilmente se vê em Washington
por conta das constantes chuvas e céus nublados. Mas pouco importava o céu
naquele momento, ele mudaria algo?
Coloquei a chave na fechadura e a
virei de uma vez, hesitar seria pior. Quando abri a porta, lá estava Arthur, me
aguardando no hall de entrada. Suas expressões eram indecifráveis, diferente
das minhas. A forma com que ele encarou meus olhos, eu logo soube que Arthur me
conhecia, sabia que possivelmente eu estivera chorando as últimas horas
inteiras.
“I don’t wanna talk about it
How you’ve broke my heart
If I stay here just a little bit longer
If I stay, won’t you listen to my heart?”
(Arthur) Joan…eu…
( Joan) Por favor, agora não...-
Criei coragem para falar, engolindo o nó em minha garganta, e passei por ele,
deixando as chaves na mesinha de entrada.
( Arthur) Joan...- Ele chamou
mais uma vez, mas não se aproximou.
(Joan) Arthur...agora não...- Continuei de
costas, sem encará-lo. Nem eu mesma me conhecia, jamais deixaria de encarar
alguém nos olhos, mas naquele momento, a dor era muito mais forte que meu
orgulho.
(Arthur) Essa não é a Joan...-
Ele me provocou, sabendo que eu não aguentaria.
Me virei, cerrando o punho, podia
sentir meu rosto começando a esquentar novamente na tentativa de conter aquele
choro que mais uma vez começava a entalar em minha garganta.
(Joan) Eu não quero conversar. Eu
não quero falar. Eu não quero ter que olhar pra você. – Confessei, e desta vez
me virei, não olhei para trás e subi as escadas que levavam até meu quarto.
“Oh, my heart...
If I stand all alone
Will the shadows hide the colors of my heart?
Blue for the tears, black for the night’s fears
The stars in the sky don’t mean nothing to you
They’re a mirror.”
Entrei no quarto, suspirando
aliviada por ter alguns instantes ali. Tirei os sapatos de salto alto, em geral
eles não me incomodariam, eu estava habituada a eles, mas particularmente
aquela noite meus pés pareciam ter sido moídos, como todo o resto do meu corpo,
e segui descalça para a varanda. Mais uma vez meus olhos percorreram aquele céu
que de tão perfeito parecia me entristecer ainda mais. Talvez eu nunca contasse
a respeito da gravidez, talvez eu me mudasse, talvez eu nunca mais seria capaz
de suportar aquele rosto em minha frente, talvez, talvez, talvez...
Eu não lidava bem com incertezas,
eu gostava de pisar no concreto, de ter controle sob minhas ações, todos sabiam
disso. Gostava de ser racional, como eu poderia se quer conseguir lidar com
aquela avalanche emocional que me atingira? Como as pessoas faziam aquilo?!
Debrucei os braços na varanda,
sentindo o sereno da noite, a brisa gélida de Washington DC ir de encontro ao
meu rosto, levemente afastarem alguns fios loiros do cabelo de meu rosto.
Estava quase conseguindo relaxar, quase acreditando que minha tentativa de
esquecer por um minuto tudo havia funcionado, quando escutei a porta do quarto
se abrir.
“I don't wanna talk about it,
how you've broke my heart.
But if I stay here just a little bit longer,
If I stay here, won't you listen to my heart?
Oh, my heart”
(Arthur) Joan...- Eu escutei a
voz do interior do quarto e respirei fundo, desta vez sem hesitar, me virei,
encarando-o e lentamente fui caminhando na direção da porta que levava ao
quarto.
(Joan) Não adianta...não...
(Arthur) Me escute...
Desviei os olhos dele, calçando
os sapatos novamente, peguei a bolsa que eu havia largado em cima da cama.
(Arthur) Onde você vai?
(Joan) Onde eu não precise te
encarar.
Deixei o quarto, e logo depois me
vi saindo pela porta de casa. Quando entrei no carro, abracei meu próprio
corpo, protegendo do frio que de repente parecia ter se intensificado. Eu não
fazia ideia de para onde ir, não fazia ideia quem poderia me escutar naquele
momento...ou talvez eu fizesse.
Limpei as lágrimas, afastando-as,
e segurei novamente naquele volante.
Liguei o carro e desta vez, com mais cautela, segui até meu destino que não
ficava alguns bairros dali. Encarei a casa que aparentemente estava inteira
apagada. Ainda sim, arrisquei, saindo do carro e tocando a campainha. Toquei
apenas uma vez, se ninguém atendesse em alguns instantes eu iria embora,
procuraria um quarto de hotel, filmes, chocolates, sorvetes...não é assim que
pessoas normais fazem? Não é assim?...
“Joan?” – A voz soou surpresa,
interrompendo todos as minhas divagações. A porta havia se aberto, e eu a
encarei, nas expressões mais desconfiadas que eu já vira.
(Annie) Joan? Aconteceu algo?...-
A loira soou preocupada.
Mordi meu lábio inferior, mas fui
logo direto ao assunto.
(Joan) Posso entrar? – Minha voz
soou bem mais fraca do que eu gostaria, uma mistura de choro abafado. Annie
concordou rapidamente com a cabeça, me levando para o interior da casa.
FICOU LINDAO, OMG! Amei
ResponderExcluirHihihi, tem até gif...a gente tá ficando chiquee! :P Agora postar segunda parte, HÁ! :P
ResponderExcluirBolas, eu ia te esganar se não tivesse continuação! XD na verdade não ia, mas enfim, você entendeu...
ResponderExcluirADOREI a ideia, sério, já imaginava que iria focar nesse drama do último episódio qd vc postou aquele spoiler visual (foto) no TT, mas ler as suas palavras como POV de Joan é arrebatador. Adoro o jeito que escreve ela e eu estou começando a me compadecer tanto por ela, tadinha! Impossível não sentir a dor dela... e a música linda, caiu que nem luva ai!! =D
Parabéns!
Esperando a segunda parte =P
Obaaaaa, você veio aqui ler o que eu tava aprontando ontem hihi....adorei a parte do spoiler visual, e fiquei feliz que tenha gostado da fic de Joannie (eu aqui inventando nome de ships, here we go again kkkkkk). A música é linda ne? eu escutei e queria muuuito escrever algo, confesso que a principio seria Callie & Arizona, porém, depois de ver Covert 4 temporada, eu tinhaaa que escrever sobre Joan e Arthur! * _ * Obrigada, omo, beijinhooos e segunda parte ta lá ja hihi
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